Sobre tudo que se passa, sobre o chão que não se inquieta, sobre segundos que deslizam, sobre a vida que escorrega.
Que cai...
Cai...
Em declínio sem parar.
Sobre a pobreza que aumenta, sobre a esmola que humilha, sobre a hierarquia traiçoeira, sobre a “demo-cracia” que fragmenta.
Sobre rodas numa ladeira, sobre o freio que não sustenta, sobre a marcha emperrada, sobre a esperança sufocada.
Sobre a ausência, sobre a tristeza, sobre a lágrima contida, sobre tudo, sobre nada, submundo, sobrevivência.
"Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos, façamos tudo para não viver inteiramente como animais."
(José Saramago)