quarta-feira, 16 de julho de 2008

o inferno é aqui

Os quilômetros vão avançando, e eu lentamente me despido dessa crosta, desse cárcere da classe média, desse Brasil que me parece tão normal.
Avanço os pedágios, os buracos e todas falhas da estrada, pra chegar em um Brasil diferente, um Brasil onde não se vê ordem ou progresso, onde nem as 27 estrelas de nossa bandeira podem iluminar a vida daqueles que só conhecem a miséria.
Miséria que nem sempre é material, esses homens tem comida, tem casa, tem cama, alguns até tem eletrodomésticos comprados as custas em muitas prestações, mas eles vivem em uma rotina alienadora, uma rotina que não lhes dá espaço para sonhar, criar utopias, ou sair daquele campo de atuação tão pequeno, onde apenas lhes cabe manusear, machados, rastelos e pás, durante incessantes horas de trabalho .
Eles tem tão poucos valores, tão poucos objetivos, que as vezes até pensam em desistir, pois sabem que ali não há futuro, nem para eles, nem para suas próximas gerações, que talvez até verão uma esperança em longínquas escolas que poucos lhes ensinarão e trarão grandes traumas com professores frustrados e diretoras mal-humoradas.
E sabe o que falta? Falta cultura, atualização, inclusão social, falta mostrar outro horizonte para aqueles homens que vivem agarrados em imagens de nossa senhora e jesus Cristo idealizando um céu, crendo que aquele sol ardente e aquela terra improdutiva são na verdade um grande inferno.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Reais intenções


ps:A delegação da Bolívia se coloca totalmente a favor de cada clausula de tal documento :)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Antitéticamente

O extremo não se encontra na antítese, não se habita no branco ou no preto ou se diferencia feito o pão e o vinho.
O paradoxo se apresenta na uniformidade que destoa as diferenças.
De tanto ser igual o homem se pôs a ser diferente, decretou novas leis e imprimiu uma constituição de um mundo perdido onde involuntariamente acatamos tamanha calamidade.
O caráter fundamentalmente já perdeu seu sentido e os sentidos já perderam todo seu caráter.
Não há nada que se mantenha estável, vivemos em uma rotação ideológica, o mundo gira mediante uma lógica simples e imperativa: mande, humilhe, atire, atinja, magoe, aflija, chore, ignore,mate...lave as mãos

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Brasil...
-Compre os ingredientes
-leia a receita cautelosamente
-coloque cada ingrediente em seu devido lugar
-unte, bata, mexa, chacoalhe, massageie, achate, jogue o fermentos, o sal, o açucar....
-agora coloque no forno já pré-aquecido
-espere um pouco

ps: se o bolo solar não se espante, decore com uma jujubas, bastante calda e granulado que o que está dentro as pessoas parecem não notar....

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sobre tudo que se passa, sobre o chão que não se inquieta, sobre segundos que deslizam, sobre a vida que escorrega.

Que cai...

Cai...

Em declínio sem parar.

Sobre a pobreza que aumenta, sobre a esmola que humilha, sobre a hierarquia traiçoeira, sobre a “demo-cracia” que fragmenta.

Sobre rodas numa ladeira, sobre o freio que não sustenta, sobre a marcha emperrada, sobre a esperança sufocada.

Sobre a ausência, sobre a tristeza, sobre a lágrima contida, sobre tudo, sobre nada, submundo, sobrevivência.



"Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos, façamos tudo para não viver inteiramente como animais."

(José Saramago)

sábado, 19 de janeiro de 2008

Um dia a borboleta bate as asas...

Eis que chega um dia que o fardo pesa, aquela mascara que de pesada nos doía a coluna, agora cai fazendo um estrondo. Ela deixa pelo caminho fragmentos de uma fase que não soubemos admitir nosso próprios jeitos, fomos induzidos a seguir um estereótipo que nos rodeia, fomos obrigados, quase (repito quase) que involuntariamente, a nos padronizar á um sociedade, para de alguma forma sermos aceitos .
É difícil enxergar como os segundos podem nos modificar: nossas ideologias se perdem com medo de repressão, nossa liberdade já não mais se figura a mesma, não que haja leis oficiais que nos impeçam de nos expressar, mas hoje é a mídia quem dita as regras, é difícil negar que somos presos a ela, é tentador estar na moda, é um veiculo que em todos as suas vias consegue nos hipnotizar.
Mas um dia sentimos necessidade de nos opor, não como um socialista revolucionário, mas apenas como alguém que pretende de alguma forma deixar seus humildes passos na areia da vida.
Hoje meu peito clama alto uma vontade forte de sair desse casulo, de bater minhas asas e admitir tudo que verdadeiramente me cativa por aqui.
Desejo vestir minhas cores sem ao menos saber se elas combinam, desejo adorar ao meu Deus sem vergonha de rotularem fanatismo, desejo escolher amigos sem nenhum tipo de preconceito.Desejo admitir que a minha composição não é uniforme, não fico satisfeita em ser rotulada e simplesmente colada em algum tipo de lata para depois viver na indiferença.
Dizem que a passagem pela terra é curta, então...