Quando o ordinário extrapola em forma de escrita.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

    E o somatório até agora se resume em umas linhas escritas e uns dez rabiscos perpendiculares. A verdade, no entanto, é que o risco, talvez, seja o melhor produto até agora, pois, por debaixo dele há apenas umas palavras vaidosas e repetitivas, ou seja, coisa chata, muito chata, de ler. Nesse exercício de sair escrevendo há apenas uma conclusão: a gente escreve, reescreve e torna a escrever, mas tudo parece capricho, egoísmo nosso! Aliás, escrever é mesmo um ato de egoísmo, pois quando eu escrevo, o português é meu, a gramática é minha, é tudo meu e deles eu faço o que quiser!
    Na saudade de ser egoísta, eu, simplesmente, voltei a escrever as minhas linhas e fazer meus rabiscos. É certo que nada disso deve te agradar, foram talvez, as linhas mais ordinárias da sua vida, mas, como um bom egoísta, eu apenas lamento e deixo de me importar.
                                                                                                            Ps: que venham mais egoísmos...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Querida literatura, Estimado Português e Excelentíssima liberdade de expressão,
       Após anos sem escrever, sem pegar uma caneta e rascunhar algumas linhas, me reconhesso tímida diante de vocês. Confeço que meus livros andam empoeirados, enquanto meu teclado recorda todas minhas digitais. Confeço ainda que, apezar dessa minha tentativa de retratação , eu continuo fazendo aquelis mesmo erros que tanto incomoda vocês, que por tantas vezes vocês já pediram para que eu parace , mas agente nem percebe quando faz. 
       Todo mundo sabe (ou deveria saber) que a Língua é instrumento de comunicação: a gente usa pra dar "Bom dia", para dizer que ama, para pedir um cigarro (mas também pra dizer que isso pode matar). A gente usa pra dizer que "Jesus Cristo é o Senhor", pra falar um tanto de palavrão e até pra pedir silêncio.
       Com um "socorro" ela pode salvar vidas, com um "vem me pegar, então" ela pode tirar outras. Com algumas frases ela faz surgir afinidades e com uma única palavra ela cria inimigos.
       A verdade é que todo mundo sabe que vocês três juntos são poderosos, mas ninguém entende que vocês são de domínio público . O povo acha que vocês são de direito exclusivo de quem foi pra escola, de quem aprendeu a classificar oração, de quem sabe a diferença entra ressonância e aliteração!
      Na minha ignorância eu mesma já chamei de assassino um sujeito que colocou um "ç" nessa mesma palavra, mas a burra fui eu! É só olhar um dicionário que a gente descobre que assassino é o sujeito que matou alguém e, pelo amor de Deus, quem foi que ele matou? Quem matou fui eu, matei o direito dele de se expressar!
     Então, me desculpem por todo o preconceito, por achar que saber que não se separa sujeito e predicado com vírgula é sinal de inteligência, por fazer cara feio quando eu ouço "a gente fomos" mesmo tendo entendido absolutamente tudo que a pessoa quis dizer.
     Vocês surgiram através da necessidade do povo se unir. Falando bonito vocês podem até ser chamados de instrumento de socialização, mas tem muito homem letrado por aí que insiste em usar vocês pra segregar, pra reafirmar a tal a hierarquia social.
     Me desculpem!


  
   

terça-feira, 12 de julho de 2011

Existe uma sensação singular, algo que nós sentimentos de vez em quando,que nos dá uma leveza no coração. Na verdade, eu não sei bem explicar o que é, só sei que é bom, que não precisa de palavras rebuscadas para se referir e dá uma vontade "danada" de falar um tanto de gírias, de ser natural e abusar da simplicidade!
É bom como um pão francês cheinho de manteiga e uma fatia bem generosa de mortadela. É bom como andar de bicicleta numa manhã de domingo. É bom como ouvir sua música favorita até a bateria do aparelho acabar. É bom, mas é muito bom!
E o mais peculiar é que a gente sente isso depois que toma um tombo daqueles e levanta. Depois que erra feio, mas conserta. Depois que seca todas as lágrimas e não desiste de seguir em frente!
E eu acho que acabei de descobrir, que essa tal sensação não é nada mais do que aquela descoberta gostosa da nossa humanidade!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Julieta não sorriu. Julieta quer morrer em mim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Outro dia eu pensava em Romeu e Julieta, pensava em amor ridiculamente perfeito, pensava em morrer na mais sincera alegria. Em tudo, tudo eu pensava, meus pensamentos tanto vagaram que chegaram a superfície, que deixaram de romantismo e se lembraram daquilo que eu mais temia: a realidade!
E nela havia uma Julieta, não a de Verona, mas era também menina nova, menina apaixonada, menina entregue. Era Julieta que ficara morta, mas para desgosto de minha Julieta, ela permanecia viva! Pobre Julieta, tentava deixar de respirar, tentava fechar os olhos e não acordar, tentava de tudo, mas o sol insistia em lhe irritar a vista para lhe dizer que chegara mais um dia!
A minha heroína não possuía um Romeu, mas um dia tivera alguém, alguém por quem ela jurara morrer, jurara fidelidade e jurara o tal do amor eterno.
O fim foi frustrante, não era Romeu, não era ninguém, ou, ao menos, não merecia ser ninguém, mas o tal do ninguém ainda existia e ele doía, doía toda Julieta!
Julieta, eu bem sabia, era menina forte, vinha de longe, deixara família para seguir a vida, e eu comecei a perceber que ela não deixaria a vida que tanto lhe custara, ela superaria a dor, ela venceria, eu sei disso!
Talvez do drama fosse mais envolvente, talvez o fim lhe decepcione, mas em meio a toda essa história eu me apeguei à Julieta, eu passei a admirá-la, eu me encontrei incapaz de lhe dar um final triste!
A minha Julieta eu quero bem viva, eu quero forte corajosa, eu quero moça sorridente, moça de pintura, sem veneno, sem espada, sem túmulos ou morte, eu quero que Julieta vença, eu quero que a história termine,mas antes eu quero abraçar Julieta, quero apertá-la, quero apaziguar-lhe as mágoas, pois acabei de descobrir que mundo afora existem tantas Julietas e hoje meu objetivo é onde eu for, fazer Julieta sorrir

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ah! Que sentimento estranho que me toma o peito!
Uma dor que me consome, me desengana e tonteia meus sentimentos.
Os desavisados dirão "são só desavenças do coração!" e não parando por aí, quererão me convencer de que é tudo passageiro!
São mesmo uns racionais, uns triste e frustrados que não sabem que a dor para o tempo, quebra os relógios, tem cronologia própria!
Parece que nunca se doeram, nunca choraram e juraram não mais se recuperar!
Hoje, aos chatos eu digo logo:
-Deixem os românticos ! Deixem as lágrimas! Deixem as dores, as flores, os chocolates! Deixem a dor que na sua desgostosa aparição nos torna cada vez mais humanos, humanos apaixonados, bobos humanos apaixonados...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tristeza vira lirismo
Amor vira hipérbole
Palavra vira sujeito
Sujeito desvira o homem
Homem sem teto
Sem tudo
Sentado
sentindo

Indigente safado
Larápio de honra
Pé-rapado sem rumo
Cujas lágrimas escorrem

Dá-me teu sentido
Teu livro que tanto Lê
Ensina-me a rir
Mostra-me poesia
Mostra-me amor
Leva-me daqui