Outro dia eu pensava em Romeu e Julieta, pensava em amor ridiculamente perfeito, pensava em morrer na mais sincera alegria. Em tudo, tudo eu pensava, meus pensamentos tanto vagaram que chegaram a superfície, que deixaram de romantismo e se lembraram daquilo que eu mais temia: a realidade!
E nela havia uma Julieta, não a de Verona, mas era também menina nova, menina apaixonada, menina entregue. Era Julieta que ficara morta, mas para desgosto de minha Julieta, ela permanecia viva! Pobre Julieta, tentava deixar de respirar, tentava fechar os olhos e não acordar, tentava de tudo, mas o sol insistia em lhe irritar a vista para lhe dizer que chegara mais um dia!
A minha heroína não possuía um Romeu, mas um dia tivera alguém, alguém por quem ela jurara morrer, jurara fidelidade e jurara o tal do amor eterno.
O fim foi frustrante, não era Romeu, não era ninguém, ou, ao menos, não merecia ser ninguém, mas o tal do ninguém ainda existia e ele doía, doía toda Julieta!
Julieta, eu bem sabia, era menina forte, vinha de longe, deixara família para seguir a vida, e eu comecei a perceber que ela não deixaria a vida que tanto lhe custara, ela superaria a dor, ela venceria, eu sei disso!
Talvez do drama fosse mais envolvente, talvez o fim lhe decepcione, mas em meio a toda essa história eu me apeguei à Julieta, eu passei a admirá-la, eu me encontrei incapaz de lhe dar um final triste!
A minha Julieta eu quero bem viva, eu quero forte corajosa, eu quero moça sorridente, moça de pintura, sem veneno, sem espada, sem túmulos ou morte, eu quero que Julieta vença, eu quero que a história termine,mas antes eu quero abraçar Julieta, quero apertá-la, quero apaziguar-lhe as mágoas, pois acabei de descobrir que mundo afora existem tantas Julietas e hoje meu objetivo é onde eu for, fazer Julieta sorrir
domingo, 16 de janeiro de 2011
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